Eu gosto de ir escrevendo no meu blog durante as férias, mas desta vez e porque não fui sozinha como é o habitual, foi mais complicado ter tempo ao final do dia para passar uma hora a actualizar as minhas crónicas. Para além disso, os teclados em árabe não ajudavam nada.
No dia 4 de outubro fui para Marrakesh e fiquei 3 noites numa Riad lindíssima, uma casa dentro da medina, renovada por um francês. As Riads são casas com patios no meio e com quartos virados para o centro. Esta Riad estava muito bem decorada, apesar de muito simples. De manhã tomava o pequeno almoço no terraço. Panquecas, iogurte, bolo e compotas, tudo caseiro, feito pela cozinheira marroquina, Radia. Estava a 5 minutos da Praça Djeema El Fna, onde de noite se pode ficar horas sentado a ver o mundo passar e a beber chá de menta. Jantava numa das barracas da praça, a nº 1 - Aicha, onde uma senhora espaçosa comandava o seu negócio e os empregados de mesa, enquanto cozinhava.
Depois de Marrakesh fui para Fez, onde desaparece a beleza de Marrakesh e onde o cor de laranja é substituido pela branco sujo e cor da terra. Entrar na Medina de Fez é uma viagem no tempo e custa a acreditar que ainda se viva e trabalhe assim.
E o azar começa quando chegamos a Fez às 3 da manhã e o hotel que devia ter o nosso quarto reservado, não o tinha, e nos deixaram ficar na rua numa cidade onde todos os hoteis estavam cheios. No dia seguinte, para variar da comida marroquina, fomos a uma pizzaria recomendada pelo lonely planet e ficamos os dois com a maior intoxicação alimentar das nossas vidas. Dois dias de cama. Quando quisemos sair de Fez e apanhamos o combóio para Méknes, distraídos, não saímos na estação certa e tivemos que esperar para voltar para trás. Apesar de Méknes ter sido interessante, e de uma visita a Volubilis e Moulay Idriss que valeu a pena, o final das férias também não foi feliz. Fomos a Rabat e Casablanca e foi uma seca. Nem um museu, um monumento, nada para ver. Em casablanca apenas muito trânsito e prédios dos anos 20, art-deco, com vidros partidos, neons, parabólicas, sujos e a cair aos pedaços.
No geral, correu mal, mas mesmo assim, vi aquilo que já há muito tinha curiosidade e valeu a pena: Marrakesh é a mais bonita cidade de Marrocos, Fez é uma viagem ao passado, e Méknes, Volubilis e Moulay Idriss uma lição de história.
Perdi a vontade de viajar outra vez de mochila às costas. Começo a perder a paciencia e falta-me a energia. Até à próxima...
Aicha - Djemaa El-Fna
Restaurantes na Djemaa El-Fna
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