22 novembro 2007

Uma Repetida Para o Natal Que se Aproxima

Crónica Prendas

Como se está a aproximar o Natal, lembrei-me que tinha que começar a pensar nas prendinhas que quero oferecer aos meus entes queridos. Adoro comprar prendas e pensar no que vou dar a cada uma das pessoas na minha lista. Também gosto de receber prendas claro. Acho este dar/receber prendas uma actividade muito interessante. Principalmente quando me ponho a imaginar as pessoas a comprá-las!!
Um amigo meu ofereceu-me recentemente um dromedário de peluche que trouxe da Tunísia. Não consigo parar de rir cá para dentro a imaginar este verdadeiro macho latino num souk de Gabés a negociar a compra de um boneco felpudo!!
Também foi muito giro o Natal em que o meu pai ofereceu uma camisa de dormir à minha mãe. A reacção inicial das manas Antunes foi silencio por alguns segundos e depois aposto que nos deu vontade de rir a todas (eh eh pensei eu)!! Não consigo mesmo imaginar o meu pai, esse senhor tão conservador e guardião das intimidades da sua vida, numa das lojas de roupa interior antiquadas daqui da Aldeia, a comprar uma camisa de dormir com estilo de velhota para a minha mãe.
Mas cómico mesmo foi quando fui a uma dessa lojas bafientas de roupa interior aqui da terra, na semana a seguir ao Natal, altura em que se trocam muitas prendas indesejadas. Estava eu na Bela Meia, loja do centro da cidade que não muda de aspecto desde os anos 70 e onde trabalham as mesmas senhoras desde que me lembro, quando ouço a conversa dos clientes que estavam à minha frente. Era um casal no final dos 40, com meio metro de altura e meio metro de largura que tentava trocar a langerie que o marido tinha oferecido à esposa, no tamanho errado. E dizia-lhes a senhora baixota da loja: "Pois, este tipo de lingerie não é muito confortável, mas também não é para usar no dia-a-dia. É mesmo só para ocasiões especiais". E mostrava em cima do balcão algumas peças de roupa interior sexy (dependendo do gosto de cada um!!). Eu assim a modos que fiquei meia mal disposta uns segundos a imaginar aquelas peças rendadas e reduzidas em tamanho, numa senhora tão baixa e gorda. Depois deu-me vontade de rir e depois…fiquei enternecida e até me senti culpada por ter rido.
Espero que daqui a 20 ou 30 anos haja algum senhor que, apesar de eu já não ter a forma física que tinha aos vinte, me compre prendas assim e que ainda goste de olhar para mim vestida com uma lingerie vermelha, com renda em nylon.

1 comentário:

Anónimo disse...

A Bela Meia, de que foste tu falar...um ícone de referência desta bela cidade... a loja que parou no tempo no dia em que abriu...
S